sábado, 29 de janeiro de 2011

Como deve ser um bate bola recreativo?


Faz parte das atividades oferecidas pelas unidades do SESC os horários de recreação esportiva. Cada modalidade possui um horário específico e os matriculados que desejarem jogar devem aparecer para que as equipes sejam formadas. As modalidades variam, mas estão sempre presentes o futebol, o vôlei e o basquete. Até aqui, tudo muito simples, basta saber os horários, levantar do sofá e ir feliz para jogar seu esporte favorito nas quadras do SESC mais próximo!

O problema é como organizar essas inúmeras partidas entre os interessados. É natural que o cara, vivendo em um mundo onde os melhores progridem e assistindo esporte de competição na TV durante a semana toda, chegue com a intenção de jogar para vencer, pensando que assim jogará mais, por jogar melhor e ser superior ao adversário.

Já para o SESC "... a atividade física tem outra característica importante: favorecer a sociabilidade, ensinando o trabalho em equipe e facilitando o relacionamento das pessoas na busca de objetivos comuns." (fonte: Site do SESC SP). Aqui surge um confronto de valores interessante: enquanto o matriculado chega com a intenção de jogar para ganhar e jogar mais, o responsável pelo espaço deve manter um ambiente no qual as oportunidades sejam iguais e se valorize o jogo pelo jogo.

Já observei fórmulas que deram certo, como a recreação de handebol, na qual uma equipe permanece em quadra por dois jogos de dez minutos e cede a vez para os próximos jogadores. Sem contagem de placar, sem brigas ou discussões de regras. Vale o espírito de competir dentro do jogo e apenas por ele. Por outro lado, existe a fórmula atual da recreação de vôlei, na qual a equipe pode permanecer em quadra por até quatro jogos, desde que saia vitoriosa em todos. Se pensarmos em um período de recreação de um hora e meia (90 minutos) e estipularmos a duração de um set de 15 pontos em aproximadamente 12 minutos, significa que uma equipe só utilizou-se do espaço por 48 minutos ininterruptos!! É mais da metade do tempo disponível!!

O que é justo? O que é correto? O que deve ser levado em conta? Sou a favor da ideia dos jogos, onde se joga contra dois adversários e espera pela próxima oportunidade. Sou a favor também da utilização da listagem de nomes, pela qual não acontece de times formados previamente entre conhecidos - "panelas" - permanecerem juntos o tempo todo.

Como já abordei em post anterior (veja Podia terminar só nisso...), seria muito mais fácil se todos entendessem o prazer em jogar pelo jogo, em esforçar-se pelo objetivo sem a intenção de superar ou mostrar-se melhor. Vale o envolvimento em cada ação para obter satisfação plena. Abraços a todos!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Retrospectiva 2010 - partes III e IV


O ano como professor de esportes em escola particular: Uma proposta que caiu do céu, no meu colo, e lá estava eu pronto para conduzir duas turmas de futsal no Colégio Ave Maria, em Campinas. A principal diferença era o diálogo com os alunos, sem necessidade de tanta rigidez ou repressão, pois estes ainda contam com famílias construídas naturalmente e presentes, resultados de uma melhor condição financeira.

A experiência com os pequenos (4-6 anos) foi rica para entender do universo infantil e como eles se relacionam com o esporte e em atividade, egocentrismo latente... Também deixarão saudades, pois era um espaço de muito potencial.

Os meses (!!!) como instrutor do SESC: Tempo curto, o suficiente para mostrar que valeram a pena toda a jornada e a mudança para São Paulo para ser instrutor de atividades físicas na unidade Vila Mariana, perto do centro da cidade. O trabalho generalista que integra atividade física, esporte e lazer, sem falar na sociabilização, é gostoso e gratificante. Um certo estranhamento ao trabalhar com adultos, público novo, encarado somente nas arbitragens e no estágio do próprio SESC, mas que foi rapidamente superado. A educação e o empenho de sempre abrem todas as portas. Mesmo nas temidas aulas de Vôlei Adulto, eu acredito que tudo pode correr bem ao longo do ano. Só espero que em 2012 consiga turmas de esporte infantil (pelo sonho da implantação do Esporte Criança) e também aulas de natação, como é gostoso trabalhar na piscina!

Pessoalmente, 2010 foi um ano de amadurecimento em todos os campos. Trabalhei mais, expandi meus horizontes, concluí meu bacharelado na Unicamp, diversifiquei minhas atividades e atingi outros tipos de público. Sem falar no namoro, na família, nas perdas (que saudade do meu veículo automotor), nas viagens, conquistas... Só agradeço a Deus por tudo que venho sendo capaz de conquistar! Abraços a todos, um ótimo ano e até a próxima!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Retrospectiva 2010 - parte II

O ano como professor social: Do bom desempenho em um processo seletivo, fui selecionado para assumir o cargo de Professor Social II - Educação Física junto à Prefeitura de Sumaré. Confesso que não fazia ideia das funções que desempenharia até realmente estar trabalhando.

E não foi difícil entender a natureza do cargo e o caráter essencialmente social atribuído a qualquer profissional envolvido com as atividades do PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil). As crianças que frequentam o programa estão expostas diariamente a uma realidade que não condiz com o tempo da infância, onde fala-se sobre algumas coisas antes da hora, fala-se muito de assuntos que deveriam passar bem longe delas e fala-se pouco do que realmente interessa: o desenvolvimento sadio destes pequenos seres.

Das dificuldades sociais, financeiras, cognitivas e fisiológicas, vem o amadurecimento de conceitos e vontades de transformação. Com uma rotina recheada de violência e desrregramento, fui aos poucos mostrando que é possível gostar sem agradar sempre, assim como nem sempre as contrariedades precisam terminar em conflito. O estranhamento inicial da criança desacostumada de carinho e atenção criou vínculos e hoje sinto falta de vê-los e poder passar tardes inteiras nas trocas de turmas, mesmo quando davam muito trabalho.

Lá, fiz amigos e pude vivenciar, mesmo por poucos meses, a esfera municipal do serviço público. Uma pena tal iniciativa ocorrer de maneira tão precária, sem uma sede própria, materiais mínimos e profissionais adequadamente qualificados. Das várias aulas no campo (que era mais um terreno limpo), embaixo de sol e calor, das caminhadas até a praça esportiva, dos passeios em ônibus lotados, fica a saudade. As crianças precisam de nós lá e, se não ambicionasse desde sempre o SESC, lá ainda estaria, em detrimento da escola.

Mas ficou o meu "até logo" de quem pretende vê-los de vez em quando...


Vem aí as partes III e IV da minha retrospectiva. Abraços a todos!

sábado, 8 de janeiro de 2011

Retrospectiva 2010 - parte I



Sei que deixei o blog ocioso por algum tempo, mas foi algo necessário para me adaptar a uma nova rotina de horários e espaços.


Aproveito esse início de ano para rever as práticas em 2010 e projetar 2011, como venho sempre avaliando desde 2008 (veja as retrospectivas de 2008 e 2009)!

O ano como professor da rede estadual: No ano que se encerrou, comecei removido para a EE Profª. Maria Antonietta Garnero La Fortezza, após a municipalização da minha escola (uma pena...), unidade em que já tinha trabalhado com uma sexta série na composição da jornada. Assim, agora efetivo da casa, optei pelas turmas da manhã e liberei o período da tarde para assumir um cargo na Prefeitura de Sumaré como Professor Social, mas ainda chegarei lá...

Com um bom acervo de materiais e ótimos espaços para trabalhar, diria que foi um ano produtivo de ideias bem sucedidas e algumas decepções, já que estas acompanham nosso processo de frustração contínuo, efeito colateral do trabalho com pessoas. Tive a oportunidade de trabalhar com todas as quintas séries com a intenção de despertar a vontade de aprender mais e tornar nossas aulas como momentos de conhecimento sobre Educação Física.

Tristemente, a indisciplina e a violência latente prejudicaram muito diversas propostas ao longo do ano. Mesmo assim, foi marcante o trabalho com Ginástica Artística, em que os alunos produziram registros bem interessantes das atividades realizadas e acredito que compreenderam bem a relação entre a modalidade e movimentos que nos acostumamos a fazer por brincadeira.

Com as sextas séries, as quatro que estiveram sob minha (Lu)docência, foram tantos momentos distintos que fica difícil definir um conceito que resuma o ano letivo. Aprofundei as temáticas de acordo com as possibilidades, pois o trabalho foi sempre limitado pela constante falta de professores e os pedidos de "subir aula". Sinceramente, neguei quando a sala não colaborava e aceitei quando me era interessante, principalmente no fim do ano, quando precisava sair antes e pegar ônibus para São Paulo. Vale registrar que uma das sextas séries sempre se mostrou interessada e participativa, mesmo com as últimas aulas do dia. Pretendo retornar com este grupo em 2011, se for possível.

Assumi faltas de outubro em diante para conciliar o trabalho no SESC. Poderia ter arranjado uma licença "picareta", mas não o fiz, pois a ética pauta minha conduta desde sempre. Continuei com aulas nas segundas e terças-feiras, faltando nas quartas e sextas-feiras. Para o ano que começa, reduzi a carga pela metade e ainda pondero se será interessante tentar a remoção para São Paulo.

(continua...)
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