quinta-feira, 23 de junho de 2011

Pedagogia do basquete - encestando novas possibilidades VI

Chega ao fim a série sobre o ensino do basquete nas aulas de Educação Física da escola. Eu espero que quem acompanhou as quatro postagens anteriores tenha encontrado novidades e informações úteis para dar uma incrementada na sua própria didática. Pude perceber um aumento nos acessos aqui, gostaria que esses visitantes deixassem seus palpites para ajudar a construir uma sugestão de atividades ainda mais rica, não deixem de comentar sobre o que leram, críticas, reclamações e sugestões, tudo é bem vindo!

Neste último texto, proponho apenas a realização de uma avaliação dos conteúdos estudados. A intenção deste momento é verificar como se deu a compreensão por parte dos alunos da modalidade. O importante é não privilegiar somente a compreensão prática do jogo, nem questionamentos baseados somente em informações específicas com relação às regras ou descrições de movimentos.

Aula 5 - Avaliando os conteúdos estudados

Com minhas turmas, o momento de avaliação não é algo engessado. Os alunos são avaliados continuamente em diversos aspectos (leia o post Avaliando desse jeito...) e a produção de uma avaliação escrita somente coloca de forma concreta aquilo que foi objeto de estudo, servindo para atribuir conceitos individuais e também como comprovação ao aluno de que cada atividade realizada trouxe novos conhecimentos.

Mesclo questões objetivas (com alternativas para marcar a correta), dissertativas (nas quais eles precisam pensar nas respostas), uso de vídeos, figuras e descrições de situações em que eles apresentem os conceitos discutidos em aula ou sugiram soluções. Por fim, abro um espaço para que ele rebobine a fita e lembre de tudo o que viu e fez, comparando com o que já sabia ou fazia e destacando o que foi mais interessante, além de tecer comentários sobre o que foi realizado e sua própria participação ao longo do programa.

Observe o exemplo de avaliação que apliquei nas sextas séries neste bimestre:



Nome:
Avaliação - 6ª Série - 2º Bimestre 2011

1 – Conte a origem do esporte Basquetebol, citando o país em que surgiu e como foi criado.

2 – Durante o jogo, alguns movimentos se repetem e são característicos do jogo. Quais são os movimentos observados em um jogo de basquete?

3 – Para cada frase, marque Verdadeiro (V) ou Falso (F).

( ) No basquete, é permitido segurar a bola nas mãos e andar sem limite de passos

( ) O movimento de bater a bola no chão com uma das mãos é chamado de drible

( ) A equipe de basquete é composta de sete jogadores na quadra, além dos reservas

( ) Durante o jogo, a maioria das cestas vale dois ou três pontos

4 – As faltas são marcadas sempre que um jogador é tocado pelo adversário. Em que local as faltas comuns devem ser cobradas?

a) Somente no fundo da quadra b) No lugar onde aconteceu c) Somente na lateral da quadra d) Na lateral ou no fundo da quadra, o mais próximo do lugar da falta

5 – Escreva sobre o seu estudo e aprendizado neste bimestre, quando falamos de basquete. Conte o que você já conhecia sobre esse esporte, o que você descobriu de novo ou interessante, quais ideias você mudou a respeito do basquete e outros comentários de sua preferência.

Algo nesse sentido é bem amplo para conseguir avaliar aqueles que se envolveram mais com o esporte e também aqueles que talvez não tenham o basquete dentre suas preferências, mas estavam em aula e precisam demonstrar conhecimento relativo ao que foi estudado. Logicamente, esse modelo de avaliação foi o escolhido para agora, mas está em aprimoramento eterno!

Sugestões de referências

Deixo aqui a indicação de um ótimo livro para quem quer ensinar basquete, tanto para a iniciação esportiva como o treinamento. Escrito por dois dos ótimos professores com quem aprendi durante os anos de faculdade, além de outro autor também formado na UNICAMP e pesquisador da modalidade, o livro PEDAGOGIA DO ESPORTE - INICIAÇÃO E TREINAMENTO EM BASQUETEBOL (Ferreira, Paes e Montagner - 2009 - Ed. Guanabara Koogan) é completo em discutir questões inerentes ao ensino e aprendizagem em esportes, apresentando conceitos básicos do esporte e também trazendo informações mais elaboradas com relação a posicionamentos, sistemas de ataque e defesa, assim como sugestões de atividades para diversos objetivos. Vale a pena tê-lo na estante para consultas eventuais, não só para o basquete.

Sugiro também alguns filmes! Primeiramente, Coach Carter (2005), com Samuel L.. Jackson, a história real de um técnico que volta ao colégio em que estudou para treinar o time de basquete, impondo algumas exigências que extrapolam o trabalho na quadra, causando revolta quando impede os jogadores de treinar e jogar pelo seu mau desempenho nas aulas do colégio. Mostra muito de basquete e também traz algumas lições interessantes. Na linha mais "Sessão da Tarde", sugiro A Hora da Virada (também de 2005), com um técnico que sai da famosa liga de faculdades estadunidenses para trabalhar em uma escola, encontrando um grupo acostumado a perder sempre no basquete. Mostra muito do que compõe o jogo e também traz a mensagem de buscar aquilo que é vantagem em cada um para formar um grupo vencedor... Mas aposte na comicidade para chamar a atenção dos alunos!

Caso queira mais opções, este site em inglês tem catalogados um número grande de filmes com a temática basquete, leia e encontre o que procura: http://www.sandlotshrink.com/moviebkb.htm

Na próxima semana, quero iniciar uma nova série de postagens, para isso, trarei uma novidade! Até a próxima, abraços a todos e bom feriado!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Pedagogia do basquete - encestando novas possibilidades V

Chegou o momento que os alunos mais esperam: jogar basquete "de verdade". A questão do esporte competitivo influencia bastante no gosto pela atividade formal, então dar ênfase nas outras atividades quebra essa sede por esporte e transforma o jogo em algo mais natural.

Aula 4 - Jogando o nosso basquete
Para ter um jogo acontecendo como meio de aprendizagem contínua e não como fim, é preciso construir junto aos alunos procedimentos que orientem o desenrolar da atividade. Este ano, fiz isso por meio de um jogo de perguntas e respostas baseado nos exemplos abaixo:

UM JOGADOR RECEBE A BOLA E ANDA PELA QUADRA TODA COM A BOLA PRESA NAS MÃOS, VOCÊ CONCORDA? O QUE SERIA CORRETO?

UM JOGADOR RECEBE A BOLA, DRIBLA PARA DESLOCAR-SE NA QUADRA, MAS SEGURA A BOLA TODAS AS VEZES QUE UM ADVERSÁRIO SE APROXIMA, VOCÊ CONCORDA? O QUE SERIA CORRETO?

UM JOGADOR TOCA NO BRAÇO DO ADVERSÁRIO ENQUANTO O OUTRO ESTÁ EM POSSE DA BOLA, VOCÊ ACHA QUE ESTÁ CERTO? O QUE SERIA CORRETO?

APÓS UM ARREMESSO, A BOLA NÃO CAI NA CESTA E UM JOGADOR EMPURRA O OUTRO PARA CONSEGUIR O REBOTE, VOCÊ ACHA CORRETO? O QUE DEVE ACONTECER?

Basta eleger situações comuns do jogo, que já pode ter acontecido e servir de referência durante este momento. Aqui, eles refletem sobre o que é proposto e apresentam soluções que entendem ser adequadas. Na sequência, é possível fazer um acerto coletivo com relação ao basquete que será jogado pela turma, estabelecendo regras básicas que todos conheçam. Também vale sonda alunos que queiram fazer a arbitragem dos jogos, alguns gostam bastante! Só não deixe de acompanhar e supervisionar, pois ainda é comum que se deixem levar pelo envolvimento pessoal na aplicação das regras ou se confundam com as observações.



As regras mais importantes do basquete

- Todas as vezes em que o jogo for interrompido, o reinício acontece na lateral ou fundo da quadra, sendo no ponto mais próximo de onde a infração/o lance ocorreu.
- Ao receber a bola, o jogador inicia o drible batendo a bola no chão e volta a segurá-la nas mãos. Caso inicie um novo drible, perderá a posse da bola. Este lance é chamado de DUAS SAÍDAS.
- Ao segurar a bola nas mãos, o jogador tem o direito de andar dois passos. Caso movimento somente um dos pés, girando sobre o outro no lugar, o giro é livre.
- O jogador em posse da bola que seja tocado, empurrado, deslocado, puxado sofre falta, que deve ser cobrada do lado de fora da quadra, no ponto mais próximo de onde ocorreu.
- As cestas podem valer 1 ponto (nos lances livres, cobrados nas faltas que ocorrem quando um jogador está efetuando arremesso em direção à cesta), 2 pontos (durante o jogo dentro da região demarcada pela linha de 3 pontos no ataque) e 3 pontos (toda a região além da linha de 3 pontos no ataque).

No mais, caso surja alguma divergência, basta parar e entrar em acordo sobre o que deve ser feito. Não é ordinário ser estritamente igual ao basquete oficial, afinal saber como funciona o jogo e quais são suas possibilidades é muito mais importante que conhecer cada regra.

Durante as aulas, procuro alternar exercícios e atividades relacionadas ao fazer durante o jogo com momentos de divisão em equipes para jogar (essa divisão feita pelo professor para favorecer jogos mais equilibrados). Confesso que não cheguei a um consenso comigo mesmo na questão da participação conjunta de meninas e meninos. Aplico atividades paralelas (o mesmo para todos), mesclo em alguns momentos, deixo jogarem junto e também faço jogos separados por gênero. Ainda percebo as meninas mais à vontade quando jogam somente entre elas mesmas, mas acredito que o processo deve incluir momentos em que os garotos aceitem a participação delas sem qualquer exigência de rendimento (falo dos meninos porque eles são os mais difíceis, embora algumas meninas...). Eis a parte mais complicada.

Vou dedicar o último texto da série para deixar algumas dicas e referências sobre a pedagogia do basquete. Abraços a todos e até a próxima!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Pedagogia do basquete - encestando novas possibilidades IV

Seguindo com os trabalhos, chegamos aos arremessos e rebotes. Nem preciso falar que essas coisas podem ser aprendidas em conjunto, afinal depois de um arremesso mal sucedido sempre existe um rebote, nada mais natural. Assim, jogos que envolvam as habilidades já apresentadas e reúnam novos elementos são legais e tornam o esporte mais interessante e possível.

Basquete

Aula 3 - Arremessos e rebotes
Esqueça deixar apenas os alunos posicionados e arremessando da mesma posição até acertar. Faça-os trabalharem em duplas, executando um pouco do movimento de arremessar de cima da cabeça. Basta eles entenderem como conseguir mandar a bola alto e para frente, isso usando o corpo todo! Um belo trabalho de coordenação, mas faça isso acontecer desapercebidamente ao longo dos jogos e atividades a seguir:

- Em trios, dois jogadores passam a bola entre si enquanto o terceiro tenta interceptar a bola para tomar o lugar de um dos outros. Valendo ou não o "toco" (veja aqui uma seleção de tocos), valendo ou não para a dupla poder saltar para arremessar...
- Em trios, um aluno segura um bambolê posicionado em cima de um banco enquanto os outros dois executam o arremesso tentando fazer a bola passar dentro do bambolê. Marcar o tempo para ver quantos conseguem sem deixar a bola cair no chão e trocar as posições.
- Dividir duas equipes, uma de cada lado da quadra. Alternadamente, eles lançam a bola com força no chão para que ela suba e o outro time tente recuperar sem deixar cair no chão, marcando os pontos no erro do adversário.

E qualquer outra possibilidade nesse sentido vai bem. Especificamente, vale falar da bandeja. A compreensão dessa jogada passa pelo uso da tabela e o número de passos que são permitidos com a bola nas mãos, então são três tacadas numa só.

- Em duplas, os jogadores se deslocam passando a bola entre si em um corredor na lateral da quadra (na grande maioria das quadras de escola, a linha lateral e a lateral da quadra de vôlei) até aproximar-se da cesta, quando o jogador do lado de dentro recebe, dá dois passos e arremessa usando a tabela.
- Dividir duas equipes. Próximos de cada tabela, distribua dois trios de bambolês no chão, à direita e esquerda, colocados em uma distância de passada adequada aos alunos. O objetivo das equipes é passar a bola até que alguém receba a bola dentro do 1º bambolê, se desloque apoiando um pé em cada bambolê seguinte e execute o arremesso fazendo a bola bater na tabela para marcar o ponto. Em caso de erro, o jogo reinicia com posse da outra equipe.


Legal, hein? Já dá pra ver que todo mundo pode tentar... Mas sempre tem aqueles que não conseguem participar em jogos tão coletivos inicialmente, então reserve sempre uma parte das aulas para algo mais simples. Recomendo o jogo do "relógio" (também chamado de "garrafão"), que consiste em arremessar das posições demarcadas no garrafão abaixo, prosseguindo ao próximo ponto de arremesso sempre que acertar. Vence o aluno que conseguir dar a volta primeiro.

Tem também aquelas estafetas legais de pegar a bola, arremessar e voltar para a fila quando conseguir acertar, apesar da comparação exigir uma certa habilidade na composição das equipes para não desmotivar e criar atritos entre os alunos (fato! eles não conseguem respeitar os limites individuais, vale reforçar essas diferenças aqui? Existem outros momentos para ter essa conversa): numerar e chamar por número, passar a bola até o primeiro/ último da fila que sai para o arremesso (driblando) e uma bem legal que aprendi a chamar de "choque": os alunos ficam todos de mãos dadas, com o professor no centro da linha formada. Com um aperto de mão que vai sendo transmitido até o fim da fila, quem está na ponta sai somente quando receber o sinal pela mão. Eles se divertem e a gente também, pegando os engraçadinhos que soltam o "choque" antes da hora!!! Tem também uma dinâmica de duas filas na qual uma equipe inicia arremessando e, se o arremesso não é convertido, a outra fila é responsável pelo rebote e novo arremesso. Em caso de cesta, dois pontos são marcados, se o outro time não consegue o rebote, um ponto é marcado. Para deixar mais acessível a todos, permita inicialmente um quique da bola no chão. Depois, vá propondo mudanças conforme a adequação da turma.

Escreveria muito sobre essa história de jogos para aprender a jogar, mas os exemplos são um início pra quem precisa de ideias. Alguma coisa disso eu já uso bastante (inclusive para outros tipos de atividades e modalidades), outras eu não pude aplicar até agora. Usem, abusem e depois voltem pra contar como foi. Não esqueçam de comentar! Abraços a todos e até a próxima.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Pedagogia do basquete - encestando novas possibilidades III


Agora é hora de falar um pouco das atividades que podem ser trabalhadas com os alunos. Já tem um tempo que aquele modelo de aula feito com base no treinamento de habilidades vem sendo recriminado no meio acadêmico por privilegiar somente quem já possui maior bagagem motora. Ainda, a opção por jogos e atividades gerais que colocam a criança para jogar diretamente são mais inclusivas, mas talvez não deem chance do aluno perceber as maiores possibilidades dentro de um jogo ou esporte coletivo. Minha ideia: nem uma coisa, nem outra. Há momentos mais voltados para a coisa das filas, trocando passes, fazendo o movimento (embora sejam parte pequena do programa) e momentos em que se pode testar todas as variações possíveis dentro do esporte, sem restringir intenções e inovações que venham a surgir. Sou a favor de que se consiga jogar um basquete, no caso, próprio daquela turma, daqueles alunos e não vinculado a um modelo do esporte espetáculo, afinal os caras medem 2 metros e lá vai pedrada, meus alunos não passam do 1,70m!!!

Basquete

Aula 1 - Apresentação da modalidade
Momento de perguntar aos alunos se conhecem o esporte, se já viram ou jogaram uma partida, o que sabem das regras, se existe algum atleta famoso, se há locais onde se possa jogar nas redondezas. Depois, sugiro montar com eles um quadro informativo bem simples sobre a origem da modalidade, seu objetivo fundamental, possíveis movimentos, número de jogadores, um desenho da quadra, forma de disputa e tempo de duração de uma partida.

BASQUETE
Nome oficial = basquetebol (do inglês "basketball", onde basket significa cesto e ball significa bola)
Origem = nos Estados Unidos da América (EUA), em 1891, criado pelo professor de educação física James Naismith.
Objetivo = Acertar a bola em cestos para marcar pontos.
Movimentos fundamentais = Driblar, Arremessar, Passar e Receber, Pegar rebotes.
Regras básicas = Equipes formadas por 5 jogadores em quadra disputam partidas de 40 minutos, divididos em 4 tempos de 10 minutos. As cestas valem 1, 2 ou 3 pontos dependendo de onde e como são feitas.
Quadra de jogo =
Aula 2 - Manipulação de bola
Pode parecer simples, mas saber quicar uma bola no chão é impossível para alguns alunos chegam às séries finais do ensino fundamental, resultado de uma educação física que permite que se sintam excluídos e desconfortáveis em tentar realizar o que é proposto. Aqui a discussão entre atividades de caráter mais tecnicista faz um pouco de sentido e não vejo problema em dividí-los em filas para que executem diversas maneiras de driblar e passar a bola (até porque, infelizmente, não há uma bola para cada um na imensa maioria das escolas), vale inclusive o uso de jogos de estafeta para tornar a coisa mais motivante!

- Desloca-se pelo espaço lançando a bola e pegando, sem deixar cair (variações: acrescentar palmas antes de pegar a bola lançada para cima);
- Desloca-se pelo espaço passando a bola ao redor do corpo com uso das mãos;
- Desloca-se pelo espaço passando a bola por baixo das pernas, com flexão do quadril;
- Desloca-se pelo espaço passando a bola de uma mão para outra;
- Sai driblando a bola com uma das mãos e retorna com a outra;
- Sai driblando a bola alternando as mãos;
- Sai driblando de costas;
- Sai driblando e girando para a direita e esquerda;
- Sai driblando a bola por entre as pernas, de um lado a outro;
- Sai driblando e passa a bola nas mãos do colega;
- Sai driblando e passa a bola quicando no chão;
- Sai driblando e passa a bola por cima da cabeça.

Essas atividades podem ser realizadas em toda aula como aquecimento e como oportunidade relembrar e possibilitar um maior número de execuções por parte dos alunos. Existem outras possibilidades como:

- Dispor cones pelo espaço, devendo o aluno driblar contornando todos, retornar à fila e passar a bola;
- Dispor cones em linha, devendo o aluno driblar entre todos, retornar à fila e passar a bola.

Outra sugestão é tornar o trabalho mais coletivo, fazendo com que a bola saia, por exemplo, com o último da fila, que executa a tarefa e retorna na frente, passando a bola para trás de maneiras variadas: por cima da cabeça, por baixo das pernas, pela lateral do corpo, alternando diferentes maneiras. Ainda pode-se fazer com que o primeira da fila inicie a atividade, retorne driblando por entre os colegas (que ficariam mais afastados) e passe a bola para frente.

Existem infinitas variações na questão da manipulação da bola, basta ter criatividade e observar bem quais são as tarefas que trazem desafio e curiosidade aos alunos. Inicialmente, eles terão muita vontade de começar a arremessar na cesta, mas é legal fazer com que compreendam que terão muitas chances de fazer tudo que está presente em um jogo de basquete.

No próximo texto, atividades que incluam o arremesso, sem abandonar essa herança de integrar as possibilidades em pequenos jogos. Encontro vocês aqui em breve! Abraços a todos, fiquem livres para comentar.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Pedagogia do basquete - encestando novas possibilidades II

Só pra descontrair, basquete é sim um esporte estadunidense, mas tem lá sua graça! Olha o presidente Obama fazendo suas cestas por aí...

Lá nos EUA, tem uma tabela de basquete em cada esquina, por isso que os caras dominam... A gente domina o futebol porque todo terreno baldio era um campinho. ERA. Assim, a gente foi eliminado da Copa pela Holanda, mas isso é outra história...

Vamos então ao que interessa! Na perspectiva em que trabalho, não vejo o aprendizado dessa modalidade focado somente nas habilidades motoras isoladas. Dividir duplas e trocar passes é pouco para motivar e transformar a prática, vale mais apostar em jogos de grupo que demandem a utilização dos chamados fundamentos sem causar traumas. Todos tem a possibilidade de tentar, na sua vez, sem pressão... Ainda tem o problema do material, pois não há tantas bolas como gostaríamos, então com 3 ou 4 conseguimos dispor de muitas cartas na manga para dar conta de mostrar aos alunos o quanto pode ser interessante jogar basquete.

Pensemos em uma sequência semelhante a esta:

1 - Vivência livre para manipulação da bola em função dos usos que os alunos acreditam pertencer ao jogo

2 - Apresentação básica da modalidade em sua origem, aspectos gerais de organização (movimentos, jogadores em quadra, forma de disputa e tempos de jogo)

3 - Discussão em conjunto de algumas regras do jogo e suas justificativas

4 - Momentos coletivos para atividades relacionadas

5 - Jogos orientados entre equipes

6 - Avaliação dos objetivos específicos

Os momentos 4 e 5 podem acontecer em maior frequência e alternando entre si, permitindo que os alunos reforcem ideias, conceitos e possibilidades do jogar e, a seguir, usem durante jogos organizados na turma. Essa combinação é ótima para ir percebendo a evolução dos alunos na sua forma de jogar individual e coletivamente.

No próximo texto, sugestões de atividades e jogos para fazer basquetebol. Agradeço as visitas, não esqueçam de registrar suas impressões com comentários e votem no banner aí do lado pra gente ter mais visibilidade. Abraços a todos!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Pedagogia do basquete - encestando novas possibilidades I


Hoje começo uma nova série de postagens com o tema Basquete. As propostas que deixarei aqui registradas são resultado das experiências passadas nas mais diversas idades, nas possibilidades materiais que são mais comuns e buscando falar de basquetebol num entendimento muito mais amplo que o EU-BOLA típico dos exercícios em fundamentos da modalidade.

O basquete me seduziu ainda na escola, durante minha formação básica. A facilidade em recuperar a bola nos rebotes e os passes bem feitos me aproximaram do esporte... E continuei sempre jogando e assistindo jogos ao longo da minha vida! Na minha opinião, a dificuldade em conseguir marcar os pontos e o jogo coletivo trazem elementos que não são comuns para outros esportes.

O foco ao longo desta série é tornar o aluno capaz de participar do jogo, dominando seus principais elementos motores e sabendo aplicá-los durante a prática, e favorecer a resolução de situações-problema, além de acumular informações sobre a origem e construção da modalidade para desenvolver um olhar mais crítico na apreciação desta e de outras modalidades esportivas.

O ponto de partida ideal é descobrir o que eles já sabem a respeito. Provavelmente, a forma de jogar e o funcionamento da partida são "arcaicos" se comparados ao conhecimento que possuem de esportes como o futebol, amplamente visto nas diversas mídias. Vale mostrar algumas imagens de grandes jogadores, inclusive brasileiros, para que fiquem motivados e queiram aprender mais durante essa história de arremessar a bola na cesta.

Continua... Abraços a todos!! Não esqueçam de votar no nosso blog aqui do lado e deixar também seu comentário.
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