sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Sacando o voleibol II


Rebater é bem menos simples do que parece. Quanto mais experiências motoras, mais facilitado se torna entender a dinâmica necessária. E só dominando o controle da trajetória com que a bola chega e é enviada podemos enxergar caminhos que tornem o vôlei algo mais organizado.

Mas partamos do princípio! De onde veio esse esporte? Vamos ao quadro básico com informações sobre a modalidade:

Nome oficial: Voleibol (do inglês "volley" = rebater)
Origem: Estados Unidos da América, 1895, pelo professor de Educação Física William G. Morgan, primeiramente com o nome de "mintonette"
Objetivo: Fazer a bola tocar o solo na quadra adversária
Movimentos fundamentais: Rebater - saque, toque, manchete, defesa, ataque, bloqueio
Regras básicas: A bola deve ser rebatida e não arremessada ou segura, o jogador não pode tocar a bola duas vezes consecutivas, a equipe pode tocar a bola até três vezes antes de passá-la ao outro lado da rede, a bola deve ser passada por cima da rede, a bola deve tocar o solo do adversário, a equipe deve evitar que a bola toque o solo em sua quadra
Quadra de jogo:

Este quadro pode ser construído de maneira mais divertida do que uma simples cópia por parte dos alunos, trazendo para a aula informações que eles já possuem, integrando o que talvez não seja tão fiel à regra do jogo, mas próximo da realidade que eles atribuem ao esporte. Aqui cabe um jogo de perguntas e respostas, um jogo de tabuleiro com informações, uma pesquisa prévia, vale tudo. O importante é aproximar os alunos do jogo!

O primeiro momento pode incluir uma prática do jogo conforme eles já a conheçam, sem qualquer orientação, apenas garantindo que todos consigam participar de maneira efetiva (a maior das dificuldades dos alunos é compreender a diferença entre eles e o outro), se assim for possível. Caso não ocorra, este deve ser um ponto na discussão sobre o jogo ao final, além dos principais pontos relacionados ao jogo em si, seu funcionamento, possibilidades de movimento, aplicação de regras...

Logo, mais dinâmicas rumo ao voleibol possível! Abraços a todos e não esqueçam dos comentários!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Sacando o voleibol I

É muito significativo para mim iniciar uma série de postagens sobre vôlei. Já estive do outro lado, como aluno nas aulas de Educação Física, e passei por maus bocados ao tentar participar deste esporte em outros tempos. Talvez fosse resultado de pouco interesse, talvez faltasse o incentivo e a atenção necessárias para adquirir o básico, fato é que ignorei o voleibol ao longo de meus tempos de escola. Corri para o futsal, sempre estive no basquete e arrisquei participações no handebol (como goleiro e ponta, às vezes), o voleibol não era uma das opções.

Marcou para mim o fato de nunca ter conseguido aprender nem mesmo a sacar direito, aquele saque chinfrim por baixo. Com o passar dos anos, fui deixando para lá e me dediquei de verdade às outras coisas. O voleibol só voltou a aparecer na minha vida durante a faculdade, afinal a formação em Educação Física exigia o básico na pedagogia da modalidade. E tive que tentar de novo, praticamente começar do zero.

Com alguma insistência, pude descobrir algumas coisas curiosas a respeito de minha maneira de jogar vôlei: que eu conseguia sacar com o braço esquerdo, tanto por cima quanto por baixo (alguma sequela de minha fratura no braço direito? Até hoje um mistério, mas já o faço com os dois braços atualmente), que minha experiência no futebol como goleiro ajudou a desenvolver o uso de braços e a prontidão em manter a bola no alto e, por fim, que eu era capaz de jogar vôlei desde que houvessem momentos de aprendizagem efetiva, com alguém observando o que eu fazia e me oferecendo um retorno para evoluir.

Quem diria que, anos mais tarde, eu assumiria duas turmas de vôlei como instrutor do SESC, inclusive uma que visa o aperfeiçoamento? Nem o mais otimista de meus amigos de infância imaginaria que eu estaria nesta posição hoje, ainda mais exercendo a função com tranquilidade, consequência de uma formação profissional que transformou a visão que eu tinha de esporte.

Dos esportes coletivos tradicionais, talvez o que reúna o conjunto de técnicas mais elaborado, uma vez que envolve o rebater. Rebater a bola em direção a um local com sucesso depende do posicionamento do corpo, da trajetória que a bola possui e a velocidade com que chega. Nada que uma metodologia preocupada em oferecer situações de envolvimento técnico-tático não consiga dar conta, mostrando que este esporte pode ser interessante sem precisar ser igual ao vôlei da televisão, espetacular no quesito estético, é só dar uma olhada no vídeo!


Retomo as postagens na próxima semana com o início dos trabalhos, partindo do movimento fundamental até o jogo formal, possibilitando ao aluno dar significado ao que faz com experiências significativas ao se movimentar. Abraços a todos!

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Um pouco da alegria que se vai

Perdoem a ausência de temas relacionados à LUDocência, mas são coisas que a gente não consegue lidar se não botar para fora, é fato. Neste dia 12 de outubro, foi-se a Lilinha. Semana que vem, espero retornar minhas séries didáticas, por hoje, ficarei com a saudade dela.

Lilinha dormindo no domingo, 09 de outubro de 2011

Fala-se muito no cão ser o melhor amigo do homem. E olha que tem gente achando ter milhares de amigos, pensa ser querido por todos, pode contar sempre com a ajuda e o apoio dessa galera. Mas existem certas condições que afastam esses supostos "amigões": você depois de um dia de trabalho, cansado, desarrumado, sem dinheiro no bolso, sem paciência para contar uma piada ou ser piada, com fome ou mal humorado.

Mas o seu cão, não. Ele te vê, abana o rabo e vai sem sua direção, não importa como você surja na frente dele. A alegria é a mesma em qualquer hora, em qualquer condição e só é maior quando ele está com muita fome!! Falo em linhas gerais e sei que nem todo cão é assim, mas a Lilinha era.

Quando chegava em casa na terça de madrugada, o bate-volta semanal entre Campinas e São Paulo, ela sempre me recebia, mesmo no escuro. Era a primeira a me ver e a última a se despedir quando eu partia de vez rumo à capital na manhã seguinte. Me contagiava sempre, mesmo quando eu estava sem energias, oferecia sua barriga para eu coçar, eu prontamente oferecia algum carinho. Sair de casa deve deixar a gente mais besta, saudoso, e vê-la era sinal de estar de volta para minha família. Agora, não mais.

Nossa preocupação com ela não foi suficiente, afinal escapadas para a rua ou escavações no jardim não foram o que a levou. A idade veio, a gente percebia que ela já não enxergava bem, escutava menos e se locomovia com alguma dificuldade, mas ela estava bem, vivia tranquila lá em casa, dormindo bastante e sempre dando as caras. Dois dias depois de passar uma tarde toda passando por nossas pernas lá em casa, piorou e não voltou mais. Não voltou para dormir na sua caixa, nem para me deixar preocupado em fechar o portão rapidamente, antes que ela desse um daqueles piques pra fugir rua abaixo.

Queria que todos tivessem um cão para amar e serem amados. Que meus alunos tivessem a oportunidade de experimentar esse afeto sincero para então compreender como é fácil querer bem para ser bem quisto, oferecendo o melhor sem esperar o mesmo, apenas sendo feliz em mostrar que está feliz. A Lilinha cansou de provar o quanto nos amava, buscou nosso olhar quando chegava o fim e nos sentimos impotentes, mesmo a amando muito.

Não sei se fui claro, mas vou deixar o texto que meu irmão também escreveu a respeito, ele é quem tinha a Lilinha mais do que eu. Para mim, valeu o esforço de dar a ela o último auxílio e o derradeiro refúgio, cada centavo gasto, cada gota de suor e cada calo nas mãos em agradecimento por ter estado em nossas vidas por tanto tempo. Espero que ela aproveite para descansar muito, ela merece. Abraços a todos.

Lilinha

Uma das últimas fotos que tirei da Lilinha em 2011.
Nesse feriado, uma dor muito grande tomou meu coração. A pequena cachorrinha que eu cresci cuidando e amando partiu desse mundo. E o post de hoje eu escrevo com muitas lágrimas nos olhos.

O engraçado é que tudo começou em um outro Dia das Crianças em 1998. Eu tinha 8 anos e estava na segunda série do ensino fundamental. Uma criança em todos os sentidos possíveis. Mas não sabia ainda que quem eu conheceria naquele feriado marcaria a minha vida de uma forma tão bonita.

A minha avó se mudou para Caconde/SP em 1997 e desde então todos os feriados a gente pega o carro e vai pra lá fazer uma visita. O sítio na época ainda era novidade para mim e eu me divertia muito lá. Nesse feriado, a gente saiu sábado cedinho e chegamos em Caconde no horário do almoço. Passamos também o domingo lá, mas na segunda-feira de manhã, dia 12 de Outubro, fizemos mais uma curta viagem até Poços de Caldas/MG, onde ainda vivia minha tia-avó Valda. A minha tia tinha uma filha adotiva que é apaixonada por animais. Já possuía uma cachorra grande, vários gatos e muitos pássaros, porém ainda tinha espaço para uma boa ação. Uma cadelinha tinha tido filhotes e estava largada nas ruas da cidade, pois a minha "prima" acolheu-a e doou os filhotinhos. Infelizmente, ou muito felizmente para mim, ela não conseguiu doar a cadela, e ela não poderia ficar na casa, então voltaria para a rua.

Primeira foto com a Lilinha na sua casa feita
por mim e o meu pai.
Eu não sou e nem fui do tipo criança mimada. Meus pais me negaram muitas coisas e eu aprendi a aceitar uma coisa que ia contra a minha vontade desde muito cedo. Mas naquele dia, nada ia tirar aquela cadelinha de perto de mim. Foi paixão instantânea entre nós dois. A minha prima me apresentou ela como Lili, mas a gente foi chamando ela de Lilinha e o nome ficou. Sabendo da história de que ela iria para a rua, eu tive que tomar uma posição. E pedindo muito para os meus pais, acabei convencendo-os de trazê-la até Caconde e depois para Campinas. Eu consegui.

Ajeitamos ela no porta-malas dentro de uma caixa (caixas sempre foram a paixão da Lilinha) e partimos rumo a Caconde e mais tarde de volta para casa. O Rick, meu outro cão da época (que partiu em 2007), logo deu as boas-vindas para ela e os dois se tornaram grandes amigos desde então. A Lilinha se sentiu em casa e a alegria dela invadia tudo e a todos.

Quando a gente sente uma coisa no coração que a gente chama de amor, nem sempre sabemos que ele está lá. Nem sempre a gente dá valor. E a Lilinha conviveu comigo durante todos esses 13 anos e eu não sabia quão grande esse amor era. A gente passeava pelo bairro e ela me acompanhava ao andar de bicicleta, na casa de amigos meus, nas idas a padaria, farmácia... Uma companheira sempre alerta para ouvir o barulho da sua corrente de passeio, se aproximar rebolando aquele rabo de um jeito engraçado, com a boca curva em um sorriso e os olhos em atenção total a mim.

Lilinha em 2003.
Em alguns anos, a minha vida ficou corrida, eu fiquei sem tempo para passear com ela e os nossos encontros se tornavam raros momentos de carinho. Eu me arrependo bastante de não ter dado a atenção que ela precisava nesses últimos dias, sinto que fui negligente... Mas ela sabia o quanto eu queria não estar cansado depois do trabalho e da faculdade para acariciar sua barriga enquanto assistia televisão com os meus pais.

A Lilinha, além de uma ótima parceira familiar, foi também muito querida entre meus amigos. Ela era uma amiga até dos meus amigos. Sempre alguém perguntava "onde está a Lilinha?", "como está a Lilinha?", "a Lilinha ainda está com vocês?", o tipo de demonstração de carinho que não é qualquer cão que é capaz de causar.

Eu não sei como terminar um post desse. Ela foi uma cachorrinha muito forte pra idade dela. Ainda corria como se fosse seu primeiro dia lá em casa. Ainda latia como se fosse a primeira vez que um gato pulou no nosso quintal. Eu tinha certeza absoluta que ainda a teria por pelo menos uns dois ou três anos. Mas nesta última terça, dia 11, ela passou a tarde muito quieta e paralisada. Eu fui visitá-la após a faculdade e fiquei muito preocupado com seu estado triste na cama dela, mas preferi esperar o dia seguinte, e o efeito da vitamina que a minha mãe sempre dava a ela quando ela estava doente, para ver se aquilo passava. Mas acordei na quarta com a notícia do meu irmão de que ela estava fazendo barulhos de dor e sua respiração havia piorado. Pesquisamos um veterinário e partimos na mesma hora com ela em sua cama ainda, dentro do carro. Fui acariciando sua cabeça durante o percurso, tentando aliviar a sua dor.

Fazendo-se de molenga pra foto em 2011.
Quando ela foi atendida, seu quadro já estava muito pior. Mas apesar disso, sua mente ainda tentava recuperar-se da invalidez, e ela por várias vezes se levantou nas patas dianteiras e me olhou como quem pede ajuda. Essa imagem não saíra nunca da minha memória. É por ela que eu mais choro. O veterinário me disse então que o quadro dela era muito grave e que ela tinha problemas no coração e nos pulmões, além da barriga. Me deu a opção de tentar curá-la através de soro e diuréticos, ou levá-la para casa e esperar o fim. Eu acreditei mais uma vez nela e deixei a internada. Já na sala com o soro, ela gemia ainda mais e eu não podia fazer nada. Eu só podia olhar. Não aguentei, me despedi com um breve carinho em suas costas e parti com o meu irmão.

Pouco mais de uma hora depois, recebo a triste notícia de sua morte. A dor ainda ecoa dentro de mim como se aquilo tivesse acontecido agora. Eu tento não sofrer, mas aprendi que eu só supero as minhas dores quando coloco tudo pra fora. E esse post é a minha forma de agradecer a Lilinha por tudo que ela nos ofereceu. Espero que ela tenha sido feliz até o final e que o tratamento que a demos tenha sido suficiente para pelo menos valer um pouco sua paixão incondicional pelos donos mesmo quando maltratada.

Lilinha, eu te amo como uma filha, uma irmã e uma mãe. Você é e sempre será do meu sangue, da minha família e da minha eterna memória. Obrigado por existir.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Parem as máquinas!

Estou me permitindo uma pausa intelectual nesta semana para reorganizar as atividades do último bimestre, que se iniciou agora. Além disso, tenho uma reunião com amigos de longa data neste sábado, seguida de um bate-bola no domingo. Não dá para reservar o final de semana para esses assuntos, vou usar minha sexta-feira!

Na semana que vem, volto à rotina de postagens temáticas: Práticas de Atividade Física Contemporâneas (Ginásticas de Academia), não percam! Abraços a todos!
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