sábado, 28 de julho de 2012

Projetando novas ideias III

Torneios, campeonatos, interclasses... Com o nome que entender ser mais apropriado, a competição esportiva tem espaço garantido no cotidiano escolar e segue como predileção de grande parte dos alunos, tanto pelo caráter diferenciado da atividade como pelo esporte propriamente dito.

Primeiro, defina os objetivos a serem atingidos com a competição, inclusive se será mesmo competitivo o formato. Existem opções que podem trabalhar com jogos mais recreativos, mesclando alunos de diferentes salas, modalidades mistas e até mesmo práticas alternativas, cujo enquadramento seja diverso do esporte, como jogos com bola e de tabuleiro. Se todas as turmas participarão em igualdade de condições, se as disputas acontecerão dentro da mesma faixa etária, com equipes masculinas e femininas, uma equipe representando cada turma ou a permissão para formar mais equipes. Também existe a opção pelos festivais, em que não há classificação e normalmente os participantes são incluídos em equipes mistas, com muitos jogos e premiação geral para todos.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Projetando novas ideias II


Algumas considerações sobre os festivais ou shows de talentos. Em minha formação escolar, não tive oportunidade de participar de nada parecido. Já na faculdade, como exigência avaliativa de algumas disciplinas da área ginástica, integrei grupos para apresentar juntamente com colegas. Nestes momentos, o contato com o formato e o processo de composição permitiram o despertar de intenções e ideias para uma futura aplicação no trabalho escolar.


terça-feira, 17 de julho de 2012

Projetando novas ideias I

Prometi essa nova série até o fim das minhas férias e aqui ela começa. Escolhi escrever sobre projetos possíveis de serem aplicados na escola, mesmo sendo tradicionais. A oportunidade que oferecem à comunidade escolar permite mobilizar conhecimento, habilidade, criatividade e trabalho em equipe. Não sou daqueles que acreditam que a educação prepara a criança para o mundo e estas características são necessárias para viver em nossa sociedade, valorizo sim a experiência de colocar em evidência aquilo que cada um consegue fazer e como consegue ser mais unido a um grupo.

Desde que iniciei o trabalho como docente, me baseei em experiências próprias para construir os eventos de que falarei na sequência, obviamente, refletidos em uma formação profissional e pessoal atingidas através da Educação Física. A perspectiva cultural garante terreno em relação às tarefas motoras, situação comum nas opções didáticas que estabeleço.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Driblando a "boleiragem" no futsal VIII

Finalmente, o final. Reservei algumas linhas para falar sobre o jogo propriamente dito e oferecer uma proposta de avaliação, bem como referências que utilizo.

Tratei de várias dinâmicas relacionadas aos fundamentos, mas não incluí nenhum momento de jogo, divisão de equipes para jogar a modalidade futsal ou exigências de regra. Acredito que seja possível diluir partidas entre as aulas que tratam das partes do jogo. Facilitará a compreensão dos temas de cada aula, além de permitir que sejam colocadas em prática toda a experiência acumulada.

A divisão das equipes exige um cuidado pedagógico que a simples aplicação de gênero não resolve. Meninos e meninas teoricamente apresentam níveis de compreensão diferentes, mas não é algo determinado. A preocupação deve repousar mais no equilíbrio do que em possíveis situações de lesão e contato, afinal ali pelo início da escolaridade até os 12 anos a compleição física é semelhante.

Quanto mais gente jogando, melhor. Permita que ocorram jogos de quadra inteira, principalmente para se habituarem com os espaços e regras de circulação da bola, mas privilegie espaços menores que vão estimular o uso de movimentos previamente ensaiados, além de novas possibilidades dentro da prática. De novo, quanto mais gente jogando, melhor.

Avaliação

Já arredondei esse tema ao longo de todas as séries aqui no blog, acho de fundamental importância saber o que ficou de todo o planejamento e execução das aulas, se foram satisfatórias as situações oferecidas e quais os pontos deficitários. Pode ser feita de tantas formas diferentes quantas puderem ser incluídas, em momentos diversos, mas fazemos uma opção conforme o que foi abordado.

Dessa vez, sugiro a realização da observação de jogo através do scout ou análise de jogo (um artigo interessante a respeito do uso deste recurso você encontra no site Pedagogia do Handebol). Basicamente, trata-se da coleta de dados relacionados às ações de jogo, sejam fundamentos, ações táticas, posicionamento de jogadores, ocorrências na partida e outras variáveis julgadas relevantes.

Um exemplo mais complexo, sugiro reduzir as variáveis e simplificar os campos de anotação

Para iniciar, exiba vídeos com cenas de jogos de futebol de campo, futebol de areia, futsal e momentos de brincadeira com a bola no pé. Os alunos deverão delimitar quais os momentos em que  observaram o futsal e suas características para diferenciar esta prática das demais. Conjuntamente, podem ser aplicadas outras características de análise: número de participantes, número de equipes, movimentos utilizados, interrupções de jogo...

Divida grupos e peça que eles definam o que é mais importante para ser observado em jogos de futsal. Direcione a discussão para a eleição de movimentos de jogo e sugira a construção de uma tabela para que acompanhem um vídeo de um trecho de partida de futsal. Este mesmo modelo pode ser utilizado na observação, por exemplo, de partidas de colegas, quando for a opção por partidas na quadra inteira. Assim, o restante pode participar ativamente mesmo sem estar na quadra!

Para fechar, peça a cada grupo a confecção de um trabalho de análise do jogo de uma das equipes formadas pelos colegas: movimentos observados, jogadores participantes, comentários sobre o jogo. Esta dinâmica aqui proposta permitirá entender se o futsal está sob domínio de todos e todas, além exigir a construção de relações que vão além do esporte: análise de dados e números, divisão de trabalho, reflexão sobre a prática.

Sugestões de leitura



SANTANA, W. C. Futsal: Apontamentos Pedagógicos na Iniciação e na Especialização. São Paulo: Autores Associados, 2003.

DAOLIO, J. Cultura, educação física e futebol. Campinas: Editora da Unicamp, 2003.

FREIRE, J. Pedagogia do futebol. Campinas: Autores Associados, 2003.

KRÖGER, C.; ROTH, K. Escola da bola: um ABC para iniciantes nos jogos esportivos. São Paulo: Phorte, 2002.

Site

Pedagogia do Futsal  -http://www.pedagogiadofutsal.com.br/ - Wilton Carlos de Santana



sexta-feira, 6 de julho de 2012

Driblando a "boleiragem" no futsal VII



Boas! Postagem excepcional para ir completando a atrasada série sobre futsal. Hoje o drible, obsessão e arte mais apreciada no jogador brasileiro. Eu diria que o drible não é tão determinante no futsal quanto é no futebol, em que há espaço de sobra para pintar e bordar. Os dribles aqui são mais curtos e rápidos para conseguir uma situação vantajosa para finalizar em gol. Normalmente, passes são mais frequentes que qualquer outro fundamento. Vou conciliá-los à proteção de bola, importante no decorrer do jogo.

1 - Pega Colete
Cada jogador tem um colete preso na cintura (sem estar amarrado, que saia pela força de um puxão) que é seu passaporte para continuar na brincadeira, que consiste em fugir de um pegador sem colete. Se o pegador "rouba" um colete, o "roubado" torna-se pegador. Variações: quem perde o colete sempre será pegador; determinado número de coletes permitem que o pegador possa ser fugitivo; todos podem roubar coletes, tentando proteger o seu próprio; agora os coletes serão vestidos por quem tem a bola, enquanto o pegador torna-se bobo, com a possibilidade de roubar a bola ou o colete de quem tem a bola. A correria aqui, mesmo sem a bola, vai ajudar a criar recursos de finta de corpo, muito úteis!

2 - Quem fica com bola?
Ideal: todos com bola. Em um espaço delimitado, os jogadores devem manter a posse da bola, procurando atrapalhar os demais para que percam o controle e saiam do jogo. Variações: dois grupos, saindo das linhas de fundo em direção ao lado oposto, cruzando-se sem perder a bola para então finalizar em direção à meta; quem perde a bola, continua no jogo, podendo desarmar os demais. Marcam pontos de acordo com o número de bolas finalizadas em gol. Poucas bolas? Trabalhe com um revezamento de posições que exige o drible na última posição do ataque, antes de finalizar em gol. Ok, se não agradou, a próxima atividade pode ser interessante!

3 - Drible pelos círculos
Três participantes colocam-se na quadra para executar a marcação, enquanto um atacante driblará para superá-los. Os marcadores podem se posicionar nas duas linhas de lance livre do basquete e círculo central. Cada participante sai com a bola e deve tentar passar por todos os três marcadores, finalizando ao gol no final. Se perder a bola, fica no lugar do marcador. Pode ter um trabalho para proteção de bola, com giro sobre o marcador.

Não tem muito segredo, só não gosto de insistir em cones, filas, bah! Um cone fica parado, o marcador, não! Obviamente, o trabalho de iniciação requer domínio da bola, então exercícios mais analíticos tem suas vantagens. No entanto, a desvantagem mora na imposição de performance, na espera dos demais pelo término do executante e uma certa incoerência: quero garantir oportunidades de experimentar, ter opções e criar gosto pela prática. Para melhorar e especializar, há outros tempos e lugares.

Na próxima semana, o fim da série com algumas sugestões de avaliação. Não perca!

Abraços a todos e até a próxima!

domingo, 1 de julho de 2012

Driblando a "boleiragem" no futsal VI


Eu sei, eu sei... Está largada minha série sobre futsal, justo aquela que eu estava esperando dar mais conta do recado!

Mas entendam os afazeres desse profissional atualmente vinculado a dois trabalhos em cidades diferentes, mas com demandas intensas. A boa notícia é que estarei em período de férias até a terceira semana de julho, muito tempo para fechar essas postagens e já iniciar uma série breve para completar o mês de julho.

Hoje chute ao gol e goleiro!

1 - Paredão

Para aperfeiçoar e habituar o controle do corpo para executar chutes ao gol, nada melhor que um adversário duro na queda: a parede. Com a mesma força que eu chuto, ela devolve, de acordo com o posicionamento e direção da bola. Se puder, ofereça bolas a todos para experimentar chutes rasteiros, de média altura e altos. Se o material é escasso, divida os alunos em colunas para cada bola. O primeiro executa um chute, volta o fim da fila, enquanto o próximo busca chutar a bola em direção à parede. Com a prática, pode se transformar em um jogo bacana, atingindo o objetivo de 10 bolas em sequência, por exemplo.

2 - Gol a Gol

Clássico para quando a galera ainda está chegando para bater bola, adaptamos para colocar todos no jogo. Divida duas equipes e demarque duas linhas (ou use as da quadra, como a de fundo do vôlei ou mesmo a de fundo do futsal, sem considerar as traves). Os alunos se posicionarão na sua metade de quadra para impedir que o adversário consiga fazer a bola ultrapassar a sua linha, chutando e direção ao gol do oponente. Se começar a briga porque um chuta mais que o outro, pode ser definida uma ordem que só se repetirá quando todos tiverem chutado.

3 - Resgate

O curioso desse jogo, que eu já uso para bastante coisa, é que aprendi com os alunos em uma aula de futsal. Somei ao meu repertório e alguns anos depois ele apareceu em uma clínica de vôlei. Funciona de modo semelhante à queimada, com a diferença no objetivo: aqui, o jogador que está do lado oposto da sua equipe tenta enviar a bola para um colega por meio de um chute. Quem recebe, deve segurar a bola sem deixar que ela toque o chão. Se consegue, sai da quadra e serão dois chutadores para "resgatar" o restante da equipe. Depois podem rolar umas variações na maneira de chutar e recepcionar, de acordo com as intenções da aula.


A questão é onde está o chute ao gol? Acho que é apenas uma consequência, construir um movimento que permita alcançar a meta vem antes e aqui todos tem mais espaço para ir adquirindo maior consciência do uso do chute para marcar gols. Podem rolar umas dinâmicas mais tecnicistas, com chutes ao gol, desde que o foco seja dividido para que o desempenho não sobrepuje a experiência.

E se você ainda se perguntar onde raios está o goleiro nessas atividades, ele cabe em todas: no paredão, pode-se alternar um chute com uma defesa do próximo jogador ou ainda o goleiro de frente para a parede enquanto os outros chutam na parede; no gol a gol, pode-se permitir ou não o uso das mãos; no resgate, o posicionamento em relação à bola já desenvolve alguma habilidade de goleiro. Sugestões de encaixe do goleiro feitas pelos alunos também devem ser ouvidas.

Que pena ter atrasado tanto, espero que não tenha perdido o fio da meada... Farei mais uma postagem ainda sobre futsal para então escrever duas breves postagens sobre projetos de gincana e outros eventos na escola, relatos de experiência.

Abraços a todos e até a próxima!
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